Carta de conforto: o básico

Publicado por Javier Ricardo

O que é uma carta de conforto?


Uma carta de conforto – também conhecida como carta de intenções ou opinião de solvência – é um documento escrito que fornece um nível de garantia de que uma obrigação será finalmente cumprida.
Em seu contexto tradicional, uma carta de conforto é dada a organizações ou pessoas de interesse por auditores externos com relação a revisões legais, declarações e relatórios usados ​​em um prospecto. A carta de conforto será anexada às declarações preliminares como garantia de que não será materialmente diferente da versão final.


Principais vantagens

  • Uma carta de conforto é um documento escrito que fornece um nível de garantia de que uma obrigação será finalmente cumprida.
  • Uma carta de conforto costuma ser formulada em redação vaga, a fim de evitar que o emissor seja sobrecarregado com uma obrigação legalmente executável.
  • Uma carta de conforto pode conter uma variedade de disposições, incluindo aquelas relacionadas à não concorrência, confidencialidade ou compensação para uma parte se outra parte desistir de um negócio.
  • A controladora pode escrever uma carta de conforto em nome de sua subsidiária a fim de auxiliá-la na obtenção de crédito ou financiamento.

Compreendendo uma Carta de Conforto


Na prática, as cartas de conforto são freqüentemente emitidas pelos auditores aos credores como opiniões de solvência sobre se o mutuário pode cumprir as obrigações de pagamento de um empréstimo.
São opiniões, não garantias, de que a empresa subjacente permanecerá solvente.


Cartas de conforto também podem ser emitidas para os subscritores como uma obrigação de realizar uma “investigação razoável” sobre as ofertas de títulos.
Essas cartas de conforto garantirão que os relatórios estejam em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP). Isso ajuda o segurador a compreender melhor os aspectos dos dados financeiros que, de outra forma, não seriam relatados, como alterações nas demonstrações financeiras e relatórios financeiros não auditados.


Ainda outra categoria ampla de aplicação de carta de conforto é de empresa-mãe para subsidiária, em que uma empresa-mãe pode, por exemplo, emitir uma carta de conforto (também conhecida como um contrato keepwell) em nome de uma subsidiária que precisa tomar emprestado de um banco em sua localidade, ou fornecer uma carta a um fornecedor de uma subsidiária que deseja transacionar um grande pedido de compra de matérias-primas.

Benefícios de uma Carta de Conforto


Duas partes em um negócio podem usar uma carta de conforto para colocar por escrito o esboço dos termos de seu negócio.
A maioria das transações comerciais importantes exige muito tempo da parte da administração para realizar a devida diligência antes de concluir um negócio. Uma carta de conforto pode resumir as etapas que cada parte concorda em realizar para garantir a conclusão bem-sucedida da transação. Uma carta de conforto bem escrita pode assegurar a cada parte que o tempo gasto na conclusão dessas tarefas valerá o esforço.


Embora a carta de conforto não vincule as duas partes, ela pode conter disposições vinculativas.
A carta de conforto oferece uma oportunidade para as duas partes explicitarem claramente essas disposições vinculativas. Por exemplo, uma disposição vinculativa pode estabelecer que uma parte deve à outra parte uma quantia em dinheiro, caso decida desistir do negócio. Essa quantia em dinheiro pode ser igual aos custos incorridos pela parte que não saiu do negócio.


Uma carta de conforto também pode incluir disposições vinculativas relativas à confidencialidade, estipulando o que as partes podem ou não divulgar a terceiros em relação à transação.
Uma carta de conforto pode ter uma ampla gama de cláusulas vinculativas, incluindo aquelas relacionadas à não concorrência ou à contratação de certos funcionários executivos, caso o negócio seja aprovado.

Se um negócio for aprovado, os termos do contrato final substituirão os detalhes descritos na carta de conforto.


Uma carta de conforto também pode aumentar a capacidade de uma empresa de obter o financiamento tão necessário.
Se um terceiro confiável atestar a capacidade da empresa de reembolsar um empréstimo, a empresa pode apresentar esse extrato à instituição de crédito como prova de sua qualidade de crédito. Embora a instituição de crédito leve em consideração muitos fatores em sua decisão, uma carta de conforto persuasiva pode ser um fator crítico em nome da empresa.

Considerações Especiais


Uma carta de conforto é normalmente formulada em redação vaga, a fim de evitar que o emissor seja sobrecarregado com uma obrigação legalmente executável.
Em muitos casos, uma carta de conforto cria uma obrigação moral para o emissor, em vez de legal.


As empresas geralmente não fornecem cartas de conforto, a menos que seja absolutamente necessário.
Isso ocorre porque, na pior das hipóteses, a empresa pode ficar financeiramente comprometida caso ocorra uma situação inesperada. Por exemplo, se uma subsidiária não puder pagar uma dívida, a empresa-mãe pode ser responsável pelo valor total se a carta de conforto for mal redigida ou pode ter que incorrer em taxas legais caras para provar que sua carta de conforto não foi garantia tácita da obrigação de pagamento de sua controlada.