Finanças comportamentais podem ajudar com melhores investimentos de mercado

Publicado por Javier Ricardo


Se você já comprou ou vendeu ações, é possível que tenha feito isso com base em sentimentos e emoções, e não em evidências frias e sólidas.


Você pode querer acreditar que negocia com base em informações objetivas, mantendo um olho concentrado em seus objetivos de investimento.
Mas você é humano. Você compra uma ação porque viu um especialista falar sobre ela na televisão. Você vende uma ação porque ela perdeu algum valor e você está apavorado. Provavelmente, você comprou ou vendeu ações simplesmente porque é bom fazer uma transação.


Mesmo que você não tenha negociado com base na emoção, pode haver outros casos em que você não fez a escolha de investimento ideal devido à falta de informações.


As finanças comportamentais são um novo campo de estudo que examina esse fenômeno.
Ele examina a psicologia e a emoção e procura explicar por que os mercados nem sempre sobem ou descem da maneira que esperamos.

Finanças Convencionais ou Tradicionais


As pessoas estudam negócios e finanças há anos.
Como resultado, existem muitas teorias e modelos que usam dados objetivos para prever como os mercados responderão em certas circunstâncias. O Capital Asset Pricing Model, a hipótese de mercado eficiente e outros têm um histórico razoavelmente bom de previsão dos mercados. Mas esses modelos pressupõem algumas coisas improváveis, como:

  • Os investidores sempre têm informações completas e precisas à sua disposição 
  • Os investidores têm uma tolerância razoável ao risco e essa tolerância não muda.
  • Os investidores sempre buscarão ganhar mais dinheiro com o maior valor.
  • Os investidores sempre farão as escolhas mais racionais.


Como resultado dessas suposições erradas, os modelos financeiros convencionais não têm um histórico perfeito.
Na verdade, com o tempo, acadêmicos e especialistas em finanças começaram a notar anomalias que os modelos convencionais não conseguiam explicar.

Coisas Estranhas


Se os investidores estão se comportando de maneira racional, há certos eventos que não deveriam acontecer.
Mas eles fazem. Considere, por exemplo, algumas evidências de que as ações terão retornos maiores nos últimos dias e nos primeiros dias do mês. Ou o fato de que as ações são conhecidas por apresentar retornos mais baixos às segundas-feiras.


Não há uma explicação racional para essas ocorrências, mas elas podem ser explicadas pelo comportamento humano.
Considere o chamado “efeito janeiro”, que sugere que muitas ações apresentam desempenho superior durante o primeiro mês do ano. Não existe um modelo convencional que preveja isso, mas estudos mostram que as ações disparam em janeiro porque os investidores venderam as ações antes do final do ano por motivos fiscais.

Contabilizando Anomalias


A psicologia humana é complexa e é impossível prever todos os movimentos irracionais que os investidores podem fazer.
Mas, aqueles que estudaram finanças comportamentais concluíram que há uma série de processos de pensamento que nos levam a tomar decisões de investimento menos que perfeitas. Esses incluem:

Viés de atenção


Há evidências que sugerem que as pessoas investirão em empresas que estão nas manchetes, mesmo que empresas menos conhecidas ofereçam a promessa de melhores retornos.
Quem entre nós não investiu na Apple ou na Amazon, simplesmente porque sabemos tudo sobre eles?

Viés Nacional


Um americano vai investir em empresas americanas, mesmo que as ações no exterior ofereçam melhores retornos.

Subdiversificação


Há uma tendência de os investidores se sentirem mais confortáveis ​​com um número relativamente pequeno de ações em sua carteira, mesmo que uma diversificação mais ampla lhes proporcione mais dinheiro.

Petulância


Os investidores querem acreditar que são bons no que fazem.
Não é provável que mudem as estratégias de investimento porque têm confiança em si mesmas e em sua abordagem. Da mesma forma, quando as coisas vão bem, é provável que recebam o crédito quando de fato seus bons resultados vêm de fatores externos ou pura sorte.

Como isso pode te ajudar


Se você deseja se tornar um investidor melhor, será menos humano.
Isso parece cruel, mas será benéfico para você fazer um balanço de seus próprios preconceitos e reconhecer onde seu pensamento defeituoso o prejudicou no passado.


Considere fazer a si mesmo perguntas difíceis, como “Será que sempre acho que estou certo?”
ou “Aceito crédito por ganhos de investimento e culpo fatores externos por minhas perdas?” Pergunte: “Já vendi ações com raiva ou comprei ações com base em um simples pressentimento?”


Talvez o mais importante, você deve se perguntar se possui todas as informações de que precisa para fazer as escolhas certas de investimento.
É impossível saber tudo sobre uma ação antes de comprar ou vender. Ainda assim, uma boa pesquisa ajudará a garantir que você esteja investindo com base na lógica e no conhecimento objetivo, e não em seus próprios preconceitos ou emoções.

Considere um Robo-Conselheiro


Uma das últimas tendências em investimentos é a utilização de robo-consultores, nos quais uma empresa gerencia seus investimentos com pouquíssima intervenção humana.
Em vez disso, o dinheiro é administrado por meio de instruções e algoritmos matemáticos. Algumas das principais corretoras de descontos, incluindo Vanguard, E-Trade e Charles Schwab, têm serviços de consultoria robótica e há várias empresas mais novas, incluindo Betterment e Personal Capital.


O júri ainda não decidiu se os robo-consultores oferecem retornos acima da média.
Mas, em teoria, usar um consultor robótico aumentará suas chances de tomar decisões de investimento ideais e racionais. Além disso, à medida que mais investidores recorrem a essa abordagem automatizada, podemos ver os modelos de finanças convencionais se tornarem mais precisos, pois o comportamento humano desempenha menos papel no desempenho dos mercados.