Hedging de moedas estrangeiras e como isso afeta títulos

Publicado por Javier Ricardo


A cobertura cambial, no contexto de fundos de obrigações, é a decisão de um gestor de carteira de reduzir ou eliminar a exposição de um fundo de obrigações ao movimento de moedas estrangeiras.
Essa redução de risco é normalmente obtida através da compra de contratos futuros ou opções que irão se mover na direção
oposta das moedas mantidas dentro do fundo.

Explicado o hedge cambial


A melhor maneira de entender o hedge cambial é observar um exemplo.
Digamos que uma administradora de fundo queira investir $ 1 milhão em dólares americanos para comprar títulos emitidos pelo governo canadense, mas ela tem uma perspectiva negativa para o dólar canadense. O gestor da carteira pode comprar os títulos e se proteger contra perdas colocando um “hedge” contra a moeda canadense, comprando um investimento que se move na direção oposta ao dólar canadense.


Se ela configurar seu hedge corretamente, e se a moeda canadense cair 5%, o hedge ganha 5% e o efeito líquido é zero.
Por outro lado, se a moeda ganhar 5%, o valor do hedge cairá 5%. De qualquer forma, o impacto das flutuações da moeda é neutralizado.


Essa estratégia é importante para controlar as oscilações cambiais e garantir que, mesmo um ano depois, os títulos do governo canadense não sofram alteração de preço, o que significa que não haverá ganho ou perda no valor da posição.


Se o valor do dólar canadense cair 5%, no entanto, o gestor da carteira verá o valor da posição de $ 1 milhão em dólares americanos cair para $ 950.000, embora o valor dos próprios títulos permaneça inalterado.


O motivo para isso é que o gerente deve trocar dólares americanos por dólares canadenses para fazer a compra.
Ao fazer hedge, o gerente elimina o risco de ser prejudicado por movimentos cambiais desfavoráveis.

Hedge de moeda no trabalho


O hedge é normalmente empregado de duas maneiras.
Primeiro, um gerente pode fazer hedge “oportunisticamente”. Esse tipo de hedge significa que a gestora terá títulos estrangeiros em sua carteira, mas somente fará hedge da posição quando as perspectivas para determinadas moedas forem desfavoráveis. Em um exemplo simples, digamos que o gerente de portfólio investiu 20% de seu portfólio em cinco países: Alemanha, Reino Unido, Canadá, Japão e Austrália.


A gerente não tem opinião sobre a maioria das moedas subjacentes, mas tem uma visão extremamente negativa do iene japonês.
O gestor pode optar por proteger apenas a posição no Japão e manter o hedge até ter uma visão mais favorável do iene. Freqüentemente, você verá isso referido na literatura de fundos como cobertura de moeda “tática”.


A segunda maneira de usar o hedge é em fundos que são protegidos como parte de seu mandato.
Normalmente, o termo “coberto” será usado até mesmo no nome do fundo. Nestes casos, todas as posições são cobertas, pelo que o fundo não tem qualquer exposição a moeda estrangeira.

Como o hedge afeta os retornos de fundos


A diferença pode ser substancial no curto prazo.
As moedas podem fazer grandes movimentos em períodos relativamente curtos, de modo que pode haver lacunas substanciais entre o desempenho de carteiras cobertas e não cobertas em qualquer trimestre ou ano civil.


Em uma base de longo prazo, entretanto, a diferença pode não somar muito, uma vez que as moedas dos mercados desenvolvidos não são o tipo de ativo que fornece valorização no longo prazo.

Fundos de títulos estrangeiros com cobertura x não coberta


Uma boa maneira de adquirir uma posição em títulos estrangeiros é comprar um ou mais fundos mútuos ou ETFs especializados em títulos estrangeiros de um ou mais países.
Este método permite diversificar seus títulos de dívida com um pequeno investimento.


Procure fundos ou ETFs com taxas de administração baixas – vários estudos independentes de fundos e taxas determinaram que há uma relação inversa entre as taxas de fundos e o desempenho – quanto mais altas as taxas de administração, pior o desempenho.


Teoricamente, um investidor pode escolher um fundo coberto ou não com base em movimentos cambiais recentes.
Por exemplo, se o dólar teve um desempenho particularmente ruim no ano anterior (o que significa que seria mais provável se recuperar no ano seguinte, o que equivale a uma perda no valor das moedas estrangeiras), um investidor pode ver um melhor desempenho de um portfólio.


Na prática, entretanto, prever os movimentos da moeda é quase impossível.
Em vez disso, considere sua tolerância ao risco. As carteiras não cobertas normalmente apresentam maior volatilidade, enquanto as carteiras cobertas fornecem resultados mais suaves. Para fundos que fazem hedge “oportunisticamente” ou “taticamente”, observe seu histórico. Se o fundo demonstrou baixo desempenho consistente, é evidente que a abordagem não está funcionando.