A Alphabet Inc. (GOOGL), uma das maiores empresas do mundo com valor de mercado de US $ 890 bilhões, está montando uma estratégia ambiciosa para se tornar uma grande força no setor bancário ao consumidor. A divisão do Google da empresa está trabalhando em um plano, batizado de Cache, para oferecer contas correntes ao consumidor em 2020, de acordo com um relatório detalhado e exclusivo do The Wall Street Journal resumido abaixo.
O serviço seria oferecido por meio do aplicativo Google Pay, mas as contas residirão em um número crescente de bancos americanos. Os parceiros atuais incluem Citigroup Inc. (C) e a pequena Stanford Federal Credit Union afiliada à Universidade de Stanford, e as contas serão rotuladas de forma destacada como sendo dessas instituições. O Google já é um jogador grande e crescente em pagamentos digitais, com sua carteira digital chamada Google Pay projetada para ter 100 milhões de usuários em todo o mundo até 2020, contra 39 milhões em 2018, de acordo com a Juniper Research. O Google Pay seria o principal portal por meio do qual os clientes abrem e gerenciam suas contas correntes.
“Nossa abordagem será estabelecer parcerias profundas com os bancos e o sistema financeiro”, disse César Sengupta, gerente geral de soluções de pagamentos do Google, em entrevista. “Pode ser o caminho um pouco mais longo, mas é mais sustentável”, acrescentou. Ele indicou que o Google faria parceria com mais bancos no futuro.
Principais vantagens
- O Google está fazendo parceria com o Citigroup para oferecer contas bancárias online.
- Essas contas seriam oferecidas por meio do Google Pay.
- O lançamento esperado é em 2020, e os usuários do Google Pay estão crescendo rapidamente.
Significância para investidores
Embora o Citigroup esteja entre os maiores bancos nacionais em termos de ativos e depósitos, tem uma rede de agências muito menor do que seus principais rivais. Uma aliança com o Google é um jogo para aumentar seu alcance no banco de consumidor significativamente, sem despesas físicas adicionais. “Precisamos estar onde nossos clientes estão”, disse Anand Selva, chefe do banco de consumidores americano do Citigroup.
Em 30 de junho de 2019, Wells Fargo & Co. (WFC) liderava com 5.578 filiais, JPMorgan Chase & Co. (JPM) era o segundo com 5.054 e o Bank of America Corp. (BAC) era o terceiro com 4.323, por USBankLocations. com. O Citigroup caiu em 16º lugar, com apenas 711 agências.
De acordo com uma pesquisa recente da consultoria McKinsey & Co., 58% dos entrevistados indicaram que confiariam nos produtos e serviços financeiros oferecidos pelo Google. Em comparação, as taxas de respostas positivas para outras grandes empresas de tecnologia foram de aproximadamente 64% para a Amazon.com Inc. (AMZN), 56% para a Apple Inc. (AAPL) e 31% para o Facebook Inc. (FB).
O Google Pay tem vários rivais. O Apple Pay, por exemplo, tinha cerca de 140 milhões de usuários em 2018 e está projetado para chegar a 225 milhões em 2020, por Juniper. O Samsung Pay, da gigante sul-coreana de eletrônicos, deve atingir 100 milhões de usuários em 2020.
O Facebook acaba de lançar seu próprio serviço de pagamento, o Facebook Pay. Inicialmente disponível para usuários do Facebook e Messenger, eventualmente também estará disponível para usuários do Instagram e WhatsApp, por empresa. Os pagamentos serão processados por parceiros como PayPal e Stripe, e o Facebook promete aos usuários segurança avançada e disposições antifraude, bem como proteções de privacidade.
Olhando para a Frente
A quantidade de escrutínio político e regulatório que já está sendo focado em grandes empresas de tecnologia como o Google pode ser especialmente intensa em relação à sua incursão no setor bancário. É provável que haja sérias preocupações sobre a privacidade dos dados financeiros pessoais dos usuários, e concorrentes estabelecidos no setor bancário que se sintam ameaçados devem levantá-las.
A empresa controladora Alphabet já é alvo de investigações federais sobre supostas práticas anticompetitivas e foi cobrada uma enorme multa pelos reguladores europeus. O Google também deve ter cuidado para evitar erros cometidos por outras empresas de tecnologia. A Apple, por exemplo, anunciou um cartão de crédito oferecido em parceria com o Goldman Sachs Group Inc. (GS) como “projetado pela Apple, não por um banco”, uma ostentação que alienou o Goldman.