Reformas prometidas por Bolsonaro reforçam ETFs brasileiros

Publicado por Javier Ricardo


O Brasil recuperou seu manto de “queridinho dos mercados emergentes” no início de 2019, com o mercado de ações do país superando o de outras nações em desenvolvimento, como China, México e Coréia do Sul.
Seu benchmark, o Índice Bovespa (^ BVSP), iniciou o ano com alta de 10,4%.


Reformas e retórica favorável aos negócios delineadas pelo recém-cunhado presidente de direita Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, na semana passada, deram aos investidores esperança de que a maior economia da América Latina tenha um governo que pretende mudar as coisas.
Bolsonaro, um oficial militar aposentado, disse que planeja reformar o estressado sistema previdenciário brasileiro, aumentando a idade de aposentadoria e reduzindo uma série de benefícios. Ele também mencionou que pretende reduzir e simplificar impostos, privatizar empresas estatais e combater a corrupção na tentativa de abrir a economia do país ao investimento estrangeiro.


“Temos credibilidade para realizar as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós”, disse Bolsonaro à audiência de Davos, à Reuters.


Os traders que monitoram a evolução no Brasil devem manter esses três fundos negociados em bolsa (ETFs) em seu radar.
Vamos apontar níveis técnicos significativos a serem observados.

iShares MSCI Brazil Capped ETF (EWZ)


Lançado em 2000, o iShares MSCI Brazil Capped ETF (EWZ) busca fornecer resultados de investimento semelhantes aos do Índice MSCI Brazil 25/50.
A carteira do fundo detém empresas brasileiras em todo o espectro de capitalização de mercado, com uma inclinação de 35% para o setor financeiro. Seu spread ultrafino de 0,03% e volume médio diário de mais de 20 milhões de ações por dia o tornam um favorito dos negociadores no espaço de ETFs do Brasil. Em 31 de janeiro de 2019, a EWZ oferece um rendimento de dividendos de 2,88% e um aumento impressionante de 13,72% no acumulado do ano (YTD). O fundo tem uma taxa de administração razoável de 0,59% e controla US $ 7,69 bilhões em ativos líquidos.


EWZ formou uma cunha ascendente – normalmente um padrão gráfico de baixa – nos últimos seis meses.
No entanto, o preço subiu acima da linha de tendência superior do padrão na quarta-feira, o que sugere que os touros querem testar as máximas de 2018. Se o fundo estagnar aqui, espere um movimento de volta para a linha de tendência inferior da cunha ascendente, onde os compradores podem voltar para a placa.

Gráfico que descreve o preço das ações do iShares MSCI Brazil Capped ETF (EWZ)

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VanEck Vectors Brazil Small-Cap ETF (BRF)


Criado em 2009, o ETF VanEck Vectors Brazil Small-Cap (BRF), com ativos sob gestão (AUM) de US $ 88,4 milhões, tem como objetivo proporcionar retornos semelhantes ao Índice MVIS Brazil Small-Cap.
O benchmark rastreado, como o próprio nome sugere, consiste principalmente de empresas brasileiras de pequena capitalização. A cesta de ações da BRF é composta por 60 participações, com nomes importantes como CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens SA (CVCB3.SA), Transmissora Aliança de Energia Elétrica SA (TAEE11.SA) e Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR (SAPR11.SA). O spread do ETF de 0,60% o torna mais adequado para traders swing do que cambistas. Com apenas 26.000 ações mudando de mãos diariamente, os comerciantes também devem estar atentos à liquidez. A BRF cobra uma taxa de administração de 0,60% e tem um retorno acumulado no ano de 11,64% em 31 de janeiro de 2019.


Como o EWZ, o preço do fundo foi negociado em uma formação de cunha ascendente ordenada desde meados de setembro.
A média móvel simples de 50 dias (SMA) cruzou acima da SMA de 200 dias em dezembro, que os técnicos se referem como uma “cruz dourada” – um sinal que indica mais impulso de alta. O forte fechamento de ontem acima do padrão de cunha ascendente pode levar o preço a atingir a alta de fevereiro de 2018, embora uma leitura de sobrecompra de curto prazo acima de 70,0 no indicador de força relativa (RSI) possa ver o fundo cair para a linha de tendência inferior da cunha antes de empurre para cima sério.

Gráfico que descreve o preço das ações do ETF VanEck Vectors Brazil Small Cap (BRF)

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Direxion Daily MSCI Brazil Bull 3X ETF (BRZU)


O Direxion Daily MSCI Brazil Bull 3X ETF (BRZU), formado em 2013, tenta devolver três vezes o desempenho diário do Índice MSCI Brasil 25/50 – mesmo benchmark utilizado pela EWZ.
Este fundo alavancado é adequado para aqueles que desejam um jogo agressivo de curto prazo com ações brasileiras. Sua exposição decente ao setor financeiro vincula o desempenho de perto à saúde da economia do país. O índice de despesas de 1,15% da BRZU é caro, mas não deve afetar excessivamente os resultados financeiros dos traders se usado apenas para estadias curtas. Mais importante ainda, o spread estreito do ETF de 0,10% e a ampla liquidez mantêm os custos de negociação baixos. Em 31 de janeiro de 2019, o fundo, com AUM de $ 338,06 milhões e rendendo pouco mais de 1%, retornou 44,21% no acumulado do ano.


O preço da ação da BRZU cutucou acima da linha de tendência superior de uma cunha de alta na sessão de quarta-feira.
Com uma leitura do RSI abaixo de 70,0, os touros podem encontrar mais espaço para correr antes de um período de consolidação ou retração. Se o fundo encontrar alguma pressão de venda dos ursos, não se surpreenda em vê-lo retornar à linha de tendência inferior da cunha ascendente em $ 26, onde também encontra suporte no SMA de 200 dias.

Gráfico que descreve o preço das ações do ETF Direxion Daily MSCI Brazil Bull 3X (BRZU)

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