Países e setores que mais se beneficiarão com o Acordo de Paris

Publicado por Javier Ricardo


O Acordo de Paris representa o primeiro acordo abrangente sobre mudança climática do mundo, com quase 200 países assinando a bordo.
Embora os Estados Unidos tenham retirado seu apoio, o acordo pode render muitas oportunidades para investidores internacionais em setores renováveis ​​e países que definem as metas de emissão mais fortes. Os investidores podem querer considerar a exposição a essas classes de ativos para melhorar seus retornos ajustados ao risco de longo prazo.


Neste artigo, veremos o Acordo de Paris, como ele provavelmente impactará os investidores e algumas oportunidades de investimento para capitalizar nos movimentos resultantes.

O que é o Acordo de Paris?


O Acordo de Paris é o primeiro acordo global sobre o clima entre quase 200 países projetado para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
A meta declarada do acordo é manter o aumento nas temperaturas médias globais bem abaixo de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e limitar os aumentos de temperatura a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, ao mesmo tempo em que busca políticas para resolver e financiar o problema do aquecimento global.


De acordo com o acordo, cada país define planos e relata seus próprios esforços para mitigar o aquecimento global.
Não existe nenhum mecanismo para forçar um país a definir metas específicas, mas cada meta deve ir além de quaisquer metas previamente definidas. A única penalidade para o não cumprimento é o chamado “nome e vergonha” – ou “nome e incentivo” – um sistema pelo qual os países que não cumprem são chamados e incentivados a melhorar.


Os críticos do Acordo de Paris argumentam que a falta de consequências torna o acordo sem sentido, mas os defensores insistem que a estrutura é um primeiro passo necessário.
Em 2017, o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, o que atraiu críticas generalizadas da União Europeia e da China. Porém, muitos estados desde então intervieram e concordaram em implementar suas próprias metas e progredir no lugar das leis federais.

Quem se beneficia?


O Acordo de Paris pode não ter consequências significativas para o não cumprimento, mas a maioria dos analistas o vê como um passo em direção ao desinvestimento de ativos de hidrocarbonetos e ao investimento em ativos renováveis.
Para os investidores, isso significa que o acordo pode abrir caminho para um aumento nos investimentos em renováveis ​​e uma redução nos investimentos em hidrocarbonetos, o que pode acelerar o declínio da energia tradicional e acelerar a adoção de energias alternativas.


Em nível de país, os pesquisadores descobriram que a energia renovável tende a criar uma relação positiva de curto a médio prazo com o produto interno bruto (PIB).
As energias renováveis ​​não têm um impacto significativo nas balanças comerciais ou um efeito de substituição de importações, mas têm uma influência positiva significativa na formação de capital. Em outras palavras, os países que adotam as energias renováveis ​​tendem a atrair muito capital de investimento que sustenta o crescimento do PIB.


O impacto de longo prazo no desenvolvimento de energia renovável é um pouco menos certo, mas, em teoria, o custo dos hidrocarbonetos aumentará à medida que a oferta limitada diminuir.
As energias renováveis, em comparação, têm uma fonte teoricamente ilimitada de energia solar, vento, calor ou fontes de água, o que implicaria que os preços da energia diminuiriam para os usuários finais. Custos mais baixos devem resultar em maior lucratividade e eficiência para os usuários finais.

Potenciais Investimentos


Os investidores internacionais podem querer considerar aumentar sua exposição às energias renováveis, dadas as perspectivas de maior demanda.
Os fundos negociados em bolsa (ETFs) representam a maneira mais fácil de adquirir esses investimentos, uma vez que fornecem aos investidores um portfólio diversificado instantaneamente.


Os ETFs renováveis ​​globais mais populares incluem:

  • Guggenheim Solar ETF (TAN)
  • Invesco Cleantech Portfolio ETF (PZD)
  • Invesco WilderHill Clean Energy Portfolio ETF (PBW)
  • First Trust ISE Global Wind Energy Index Fund (FAN)
  • iShares Global Clean Energy ETF (ICLN)
  • Van Eck Vectors ETF Global Alternative Energy (GEX)

* Dados de ETFdb.com.


Os investidores também podem querer considerar investir em países que estão comprometidos com as metas de energia renovável.
Afinal, esses países poderiam experimentar um influxo de investimentos que poderia impulsionar um crescimento do PIB melhor do que o esperado. Esses países também poderiam se beneficiar a longo prazo com custos de energia mais baixos em relação aos hidrocarbonetos, junto com, potencialmente, riscos políticos menores decorrentes da origem desses hidrocarbonetos.

The Bottom Line


O Acordo de Paris marca o primeiro acordo global entre quase 200 países a estabelecer limites e rastrear as emissões de gases de efeito estufa para mantê-los abaixo dos níveis aceitáveis.
Embora o acordo tenha gerado algumas críticas, a mudança pode ajudar a acelerar o investimento em energias renováveis ​​e criar oportunidades para investidores. Os investidores internacionais podem querer ficar de olho em ETFs renováveis ​​e ETFs de países relacionados.